Setor orizícola busca saída para crise com menos plantio e mais exportações

Com os estoques de passagem ainda altos, os preços seguem pressionados

AGROLINK – Aline Merladete

Segundo informações da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), a atual conjuntura do mercado interno – marcada por estoques elevados e retração na demanda – tem imposto perdas aos produtores. O cenário é reflexo de uma safra robusta no Brasil e no Mercosul, que não foi acompanhada por aumento proporcional no consumo.

A entidade alerta que, com os estoques de passagem ainda altos, os preços seguem pressionados, operando abaixo dos custos de produção. A consequência imediata é a inviabilidade econômica da atividade em diversas regiões produtoras.

Diante do desequilíbrio entre oferta e demanda, a Federarroz orienta os produtores a priorizarem mercados internacionais mais valorizados e avalia como fundamental a redução da área semeada na safra 2025/2026. A medida busca conter o excedente e evitar a desvalorização ainda maior do cereal.

A entidade também expressa preocupação com os riscos de desestímulo à produção no médio prazo, caso não haja uma ação coordenada entre produtores e governos. Para a federação, a consequência mais grave seria a ameaça à segurança alimentar nacional.

Entre as propostas apresentadas, a Federarroz cobra do governo federal uma fiscalização rigorosa sobre importações que não atendam às normas fitossanitárias brasileiras. Também reivindica isonomia nas exigências ambientais e trabalhistas impostas aos concorrentes externos e um reajuste no preço mínimo do arroz para refletir os custos reais da produção.

No âmbito estadual, a federação propõe o uso da taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) para ações que favoreçam o escoamento da produção e mudanças no regime de ICMS para equiparar a competitividade do Rio Grande do Sul frente a outros estados produtores.

Com apoio às campanhas de incentivo ao consumo de arroz e orientação técnica aos produtores, a Federarroz busca mitigar os efeitos de uma crise que ameaça a cadeia orizícola. A efetividade das medidas propostas dependerá da adesão dos produtores e da resposta dos governos. O equilíbrio entre produção, mercado e políticas públicas será determinante para a sustentabilidade do setor nos próximos ciclos.

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