Fraudes no crédito rural: veja 4 golpes que ameaçam produtores

GOLPES

Urgência do agricultor em financiar suas atividades e custear a safra é vista como atrativo a criminosos digitais

O Brasil é um dos países mais afetados por golpes digitais e, infelizmente, o setor agropecuário não está livre desse problema. Levantamento do DataSenado revelou que 24% dos brasileiros acima de 16 anos foram vítimas de crimes cibernéticos entre junho de 2023 e junho de 2024, com 40,85 milhões de pessoas perdendo dinheiro.

Segundo a gerente de middle office e responsável jurídica da Nagro Crédito Agro, Sâmela Moraes, o acesso ao crédito rural tem se tornado um atrativo para golpistas, que enxergam nesse mercado uma oportunidade de explorar a necessidade e a urgência dos produtores em financiar suas atividades.

“Ofertas tentadoras, como promessas de taxas de juros significativamente abaixo do mercado, são indícios comuns de esquemas fraudulentos. Esses golpes aproveitam a vulnerabilidade de produtores que, em busca de soluções rápidas para o custeio de safras ou investimentos, podem não se atentar aos riscos envolvidos.”, diz.

Principais fraudes no crédito agropecuário

Empresas idôneas buscam investir em tecnologia para aumentar a segurança das transações financeiras no setor agropecuário. No entanto, é fundamental conhecer os golpes mais comuns para se proteger. Confira as práticas fraudulentas mais frequentes:

  1. Falsos intermediários: golpistas criam sites falsos semelhantes aos de instituições financeiras confiáveis, coletando dados bancários e pessoais dos produtores. Orientação: sempre verifique a reputação da instituição em órgãos reguladores e desconfie de ofertas com taxas muito abaixo do mercado.
  2. Mensagens por WhatsApp ou SMS: golpistas enviam mensagens fraudulentas oferecendo condições exclusivas e solicitando dados ou pagamentos imediatos.
    Dica de proteção: verifique a autenticidade da mensagem diretamente com a instituição financeira antes de fornecer qualquer dado.
  3. Pagamentos antecipados: criminosos pedem depósitos iniciais para liberar financiamentos, com justificativas como taxas de cadastro ou seguros. “Nenhuma instituição financeira séria e confiável solicita o pagamento de qualquer valor antecipado como condição para liberar um financiamento. Caso você se depare com essa exigência, considere um forte indício de golpe ou fraude”, afirma Sâmela.
  4. Boletos falsos: Embora pareça uma prática ultrapassada, golpistas enviam boletos fraudulentos como se fossem da instituição de crédito com a qual o produtor está negociando. Ao pagá-lo, o produtor acredita estar quitando uma parcela do financiamento ou de outra obrigação, mas, na realidade, o valor vai para os golpistas, deixando a dívida em aberto e causando sérios prejuízos financeiros. “Sempre que receber um boleto, o produtor deve verificar se ele realmente pertence à instituição com a qual está negociando. A maneira mais segura é acessar a plataforma oficial do banco ou credora e consultar o documento diretamente. Nunca se deve pagar boletos recebidos por canais não oficiais sem antes confirmar sua veracidade”.

Tecnologia como aliada

Apesar dos riscos, a tecnologia pode ser uma aliada. Além de reduzir a burocracia, empresas sérias investem em ferramentas de segurança, protegendo tanto produtores quanto seus dados financeiros.

Segundo levantamento do Congresso Nacional de Crédito no Agronegócio (Conacred), 38% dos profissionais que atuam na concessão de financiamento para o setor demonstram otimismo em relação ao futuro do crédito agro.

Victor Faverin

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