Exportações de milho e soja pelo Arco Norte dobram em quatro anos

Cresce uso de ferrovias e hidrovias no Arco Norte


As exportações de milho e soja pelos portos do Arco Norte mais que dobraram nos últimos quatro anos. Segundo dados do Anuário Agrologístico 2025, divulgado nesta quinta-feira (5) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume embarcado na região passou de 36,7 milhões de toneladas em 2020 para 57,6 milhões de toneladas em 2024, um crescimento de aproximadamente 57%.

O avanço está relacionado aos investimentos em infraestrutura multimodal, com destaque para a ampliação do transporte ferroviário e o uso crescente das hidrovias na região amazônica. A proximidade com novas áreas de produção, como o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), tem sido fator estratégico para o escoamento da safra.

“O Brasil caminha para uma nova configuração logística agroindustrial, na qual o fortalecimento do Arco Norte, os investimentos em infraestrutura ferroviária e hidroviária, e a ampliação da capacidade de armazenagem, sobretudo nas propriedades rurais, são pilares fundamentais para aumentar a competitividade do agronegócio no cenário internacional”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Segundo o anuário, os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e os do Arco Norte, como Itaqui, Barcarena e Santarém, concentraram 81,2% das exportações brasileiras de soja e milho em 2024. A região Norte respondeu por cerca de 38% desse total.

“A redução nos valores dos fretes, representada pela menor distância entre as áreas produtoras e os portos e pela internalização dos fertilizantes, tem induzido os agentes de mercado a preferirem essa rota”, explicou o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.

Entre os portos da região, Itaqui (MA) e Barcarena (PA) apresentaram os maiores crescimentos no período de 2020 a 2024. No Maranhão, o volume exportado subiu de 11,21 milhões para 20,22 milhões de toneladas, um aumento de 80,3%. Em Barcarena, o crescimento foi de 70,3%. O uso intensivo do transporte ferroviário é apontado como principal responsável pela eficiência do escoamento.

“O modal ferroviário vive uma fase de expansão, impulsionado pela prorrogação antecipada de concessões e por novas políticas que favorecem a atuação do capital privado”, observou o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Arnoldo de Campos.

Cinco grandes projetos estruturam o plano ferroviário nacional: a integração da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), a extensão da Ferrovia Norte-Sul até o porto de Vila do Conde (PA), o Anel Ferroviário do Sudeste e a conexão da Transnordestina à malha nacional. A Ferrogrão, projetada para ligar Mato Grosso ao Pará, também integra essa estrutura.

As hidrovias brasileiras, especialmente na região Amazônica, têm registrado crescimento no transporte de cargas. Entre 2017 e 2025, o número de armazéns com acesso hidroviário cresceu 24%. A região é responsável por quase dois terços do transporte fluvial nacional.

O governo federal anunciou no início do ano investimentos de R$ 4,8 bilhões em hidrovias por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e o Instituto Energia e Meio Ambiente (Iema), o transporte hidroviário reduz em até 95% as emissões em comparação ao modal rodoviário e em 70% frente ao ferroviário.

AGROLINK – Seane Lennon

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