Crise No Campo


Venda de máquinas cai 51% na 48ª Expointer e derruba faturamento da feira
Com a baixa demanda para renovação da frota, estandes de máquinas tiveram pouco movimento nesta edição da Expointer


Encerrada neste domingo (7), a 48ª Expointer materializou no volume de negócios a crise espalhada pelos campos gaúchos. A comercialização do setor de máquinas e implementos foi de apenas R$ 3,77 bilhões, redução de 51% ante os R$ 7,39 bilhões da edição anterior.
Os melhores resultados ficaram por conta do movimento de público, com alta de 45% sobre 2024 e próximo de 1 milhão de visitantes, e dos negócios no Pavilhão da Agricultura Familiar, com alta de 25% sobre 2024.
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Principal motor do faturamento total da feira, as vendas de colheitadeiras, plantadeiras e tratores, neste ano, porém, frearam os negócios. Com o recuo nos investimentos dos produtores nesta área, o volume total de negócios em relação à edição anterior, de R$ 8,1 bilhões.
Ana Paula Werlang, diretora do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), sinaliza, ainda, que 59% das vendas foram feitas para produtores de fora do Estado. “Cabe ressaltar, no entanto, que não há crise no setor, nem demissões. Apesar de o Estado representar 60% da produção setorial, apenas 10% é comercializado aqui. O restante tem como destino as exportações e outras regiões do Brasil”, explica a executiva.
Ainda que o tarifaço imposto pelo governo norte-americano ao Brasil tenha impacto na produção, e iniba investimentos por parte dos produtores, o maior impacto tem origem nos altos juros e nos muitos negócios paralelos ao agro, um sistema que tende a refrear diante das incertezas.
Banrisul Expointer – Site todo e hotsite – 09/2025
“Entre os setores que tiveram aumento nas vendas estão aquele que denominados como amarelo, da construção civil, com a venda de equipamentos para reconstrução de pontes e estradas, por exemplo. E também nas máquinas destinadas à pecuária, atividade que vai muito bem e tem novos mercados para exportações sendo abertos”, esclarece Ana Paula.
Domingos Velho Lopes, futuro presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), considerou que os impactos econômicos sobre o agronegócio irão se refletir no campo, no meio urbano, na indústria e comércio do RS.
Conforme disse o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Edivilson Brum, na coletiva de imprensa que apresentou os dados finais da mostra, o cenário reflete o endividamento agrícola, provocado por sucessivos episódios climáticos, impedindo que os produtor colhessem o que esperavam.
“O resultado da crise está estampado na feira. Os anúncios do governo federal foram bons, mas são aquém do necessário”, acrescentou.
Tarcísio Minietto, gerente de Relações Institucionais da Organização das Cooperativas do Estado (Ocergs), ponderou que esta foi uma feira de muitos desafios, mas também de espaço para debater os problemas. E que, apesar das dificuldades momentâneas, a mostra foi uma oportunidade para se encontrar soluções com medidas e melhorias para o desenvolvimento do agronegócio.
Para o presidente da Federação da Associação Brasileira de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Marcos Tang, mesmo com os bons resultados alcançados pela pecuária, a dificuldade afeta a todos, que estão “no mesmo barco”. De acordo com ele, a Expointer é um grande congresso para troca de informações, debates e busca de soluções comuns para todos os setores.
CIEE – Site todo – 09/25
A despeito da performance positiva das agroindústrias familiares, o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS), Eugenio Zanetti, observou que o segmento também sofre com os números divulgados por outros setores, porque enfrenta mesmos os problemas do empresário rural. Zanetti avaliou que os R$ 12 bilhões anunciados pela União para apoio a produtores rurais de todo o País beneficia parte do setor, mas deixa grande parcela em cenário preocupante.
“Não há nada pior do que não saber como vai fazer o plantio em uma safra, às vésperas do início da semeadura, como estamos agora.”
VENDAS
Animais – R$ 15.475.105,00
Artesanato – R$ 2.011.157,00
Comércio – R$ 15.872.875,70
Agroindústria Familiar – R$ 13.637.634,00
Máquinas e implementos agrícolas – R$ 3.777.000.000,00
Automobilismo R$ 591.850.000
Total R$ 4.415.846.771,70
PEDIDOS DE FINANCIAMENTOS
BRDE – R$ 523 milhões
Banrisul – R$ 96 milhões
Badesul – R$ 979 milhões
BB – R$ 1,4 bilhão
Sicredi – R$ 155 milhões
Santander – R$ 300 milhões
Sicoob – R$ 280 milhões
Unicredi – R$ 12,5 milhões
Cresol – R$ 35 milhões
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