Prêmios da soja não serão negativos em 2025, diz Cogo

ANÁLISE DE MERCADO

A expectativa de safra de soja cheia nos Estados Unidos por conta do clima favorável e da produção recorde no Brasil em 2024/25 tem impactado negativamente os preços, deixando os produtores apreensivos quanto às margens cada vez mais apertadas.

Exemplo disso são os contratos na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) com vencimento em setembro, que fecharam em US$ 10,14 por bushel nesta quarta-feira (31), bem distantes da média dos últimos dez anos para o período, apontada em US$ 11,26.

O consultor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, lembra que todos os vencimentos do final deste ano, bem como do término de 2025 e até agosto de 2026 estão, neste momento, abaixo dos 11 dólares por bushel.

biodiesel ameniza queda maior

Segundo ele, outros fatores que colaboram para o atual cenário são os estoques em termos absolutos em patamares recordes, além da segunda maior relação entre estoque final e consumo mundial de soja na nova temporada 24/25.

“Essa é uma combinação que leva uma pressão de baixa de preço, caminhando para um terceiro ano de ciclo de baixa de preço no mercado da soja. O produtor agora vai ter que ficar prestando atenção na conjugação de prêmios, no câmbio e de todas as situações que vierem pela frente porque os preços estão muito próximos da linha de break even de custo de produção, que é aquele ponto onde [os preços] se equiparam ao custo de produção na região do Cerrado aqui no Brasil”.

Preços internos da soja

Apesar da queda expressiva em Chicago, os preços da soja disponível no Brasil não estão caindo por conta dos prêmios nos portos.

“Esses prêmios foram negativos no primeiro semestre deste ano e também nos seis primeiros meses do ano passado, mas, agora, estão saindo do campo negativo e praticamente estão positivos. Isso porque existe uma relação entre o prêmio e o preço em Chicago, que oscila entre -10% do preço na bolsa e +30%. Como o preço está muito baixo no mercado futuro, o desconto via prêmio vai ser muito inferior ou não vai existir em 2025, o que pelo menos ameniza a queda de preços no Brasil”, analisa Cogo.

Victor Faverin

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