27% da produção gaúcha aguardava colheita
Antes das inundações, a safra de arroz no Rio Grande do Sul estava estimada em 7,5 milhões de toneladas – Foto: coniferconifer
As recentes inundações no Brasil não apenas causaram danos imediatos, mas também levantaram preocupações no setor agrícola, especialmente na produção de arroz, com o Rio Grande do Sul sendo o principal estado produtor. As enchentes impactaram significativamente a safra, levando a questões sobre as ações governamentais para lidar com os efeitos nas cadeias de abastecimento e no mercado interno, segundo a Cogo Inteligência em Agronegócio.
Antes das inundações, a safra de arroz no Rio Grande do Sul estava estimada em 7,5 milhões de toneladas, com 27% da área ainda não colhida, prevendo-se perdas substanciais de 800 mil a 1 milhão de toneladas. Além disso, os estoques armazenados foram afetados, contribuindo para uma percepção de escassez no varejo e compras de pânico pelos consumidores. Isso deve impactar principalmente as exportações, com a preferência pelo mercado interno devido aos preços mais atrativos.
Para lidar com esses desafios, a Cogo acredita que é fundamental uma avaliação precisa das perdas antes de qualquer intervenção, evitando medidas precipitadas. Estratégias como importações controladas, permitindo que agentes privados importem do Mercosul, e a redução temporária das tarifas de importação de países fora do Mercosul podem equilibrar a oferta interna. No entanto, é crucial dimensionar o impacto dessas importações para evitar distorções no mercado. Além disso, promover leilões de frete subsidiados pode facilitar o escoamento do produto para áreas desabastecidas.
É necessário estabelecer uma comunicação eficaz entre o governo, produtores e demais partes interessadas para enfrentar os desafios causados pelas inundações e garantir a estabilidade do setor agrícola a longo prazo. O diálogo contínuo será essencial para construir um futuro mais resiliente para o agronegócio brasileiro.
AGROLINK – Leonardo Gottems