A China permanece como o principal destino das exportações brasileiras
As exportações de produtos do agronegócio brasileiro mantiveram um bom ritmo ao longo de 2024, com aumento de 4,5% no volume exportado entre janeiro e junho. No entanto, o faturamento em dólar apresentou uma ligeira queda, devido à combinação de uma redução de 5% nos preços médios pagos em dólar e o aumento na quantidade exportada. Esses dados foram divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do sistema Siscomex.
No primeiro semestre do ano, as exportações brasileiras do setor agropecuário totalizaram US$ 82 bilhões, uma pequena retração em relação ao mesmo período de 2023. Produtos como algodão, açúcar, café, carne bovina in natura e farelo de soja impulsionaram o crescimento em termos de volume exportado. O algodão, por exemplo, registrou aumento de 228% no volume exportado, enquanto o café teve um crescimento de 52%. Porém, a redução da produção de soja no país e a queda constante nos preços em dólar apresentam desafios significativos para o setor no decorrer do ano.
A China permanece como o principal destino das exportações brasileiras, absorvendo cerca de um terço das vendas do agronegócio. Além disso, mercados como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Índia aumentaram suas importações de produtos brasileiros.
Para o segundo semestre de 2024, o cenário se apresenta desafiador. A menor colheita de soja pode limitar o crescimento das exportações desse produto, dificultando a superação dos recordes de faturamento alcançados em 2023. Apesar disso, a demanda por produtos como algodão, açúcar e carne bovina in natura deve continuar crescendo, ajudando a manter o volume exportado em alta. A desvalorização do real frente ao dólar tem contribuído para manter a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, mas a queda nos preços externos ainda pesa sobre os resultados financeiros do setor.
Agrolink – Aline Merladete